A A Importância de Humanizar a Inteligência Artificial: a Decisão da Máquina por uma Ética Pluralista e Democrática
Palavras-chave:
Inteligência Artificial e Direito;, machine learning, biopolítica, ética, capitalismo de vigilânciaResumo
A IA surge como ferramenta menos custosa e mais eficiente para a melhoria das funções cotidianas, sendo importante ao Direito. Estuda-se a machine learning e o dataset, de onde a máquina identificará padrões e decidirá questões sociojurídicas. Porém, deve-se evitar machine bias, prejudiciais para uma sociedade plural e democrática. Partindo das ideias de biopoder e dispositivos de controle, bem como do conceito de capitalismo de vigilância, busca-se fundar princípios éticos que devam nortear o desenvolvimento do sistema de IA. Utiliza-se o modelo canadense – Montreal Declaration for a Responsible Development of Artificial Intelligence – e o enfoque das capacidades, com diretrizes inclusivas e humanizadas, evitando a visão estritamente negocial e competitiva. Busca-se a união entre governo, indústria, academia e sociedade, para definição de estratégias de uma ética para a IA e o Direito, cumprindo com preceitos de direitos humanos e da Constituição Federal brasileira. Utiliza-se do método dedutivo, com a consulta a artigos científicos e bibliografia para o desenvolvimento da pesquisa.
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